Risco-País da Argentina atinge menor nível desde 2019 sob liderança de Milei
Mercados reagem positivamente às reformas econômicas e medidas de austeridade, enquanto país renegocia dívida histórica com o FMI
O índice de risco-país da Argentina caiu nesta quinta-feira (14) para o menor patamar desde julho de 2019, um reflexo da confiança dos mercados nas políticas econômicas implementadas pelo presidente libertário Javier Milei.
O indicador, medido pelo benchmark do JPMorgan, registrou 784 pontos-base às 11h05 (horário de Brasília), uma queda expressiva em relação aos mais de 800 pontos registrados no fechamento do dia anterior. Essa redução marca uma virada histórica para um país que, há um ano, ainda sob a gestão do governo peronista de Alberto Fernández, enfrentava um risco-país na casa de 2.500 pontos.
A queda no índice de risco é essencial para melhorar o acesso da Argentina ao crédito internacional, especialmente em um momento crítico de renegociação de um empréstimo de US$ 44 bilhões com o FMI, previsto para dezembro.
Desde que assumiu o poder em dezembro de 2023, Milei implementou reformas econômicas e medidas de austeridade que reverteram um déficit fiscal crônico, estabilizando as finanças do Estado. Apesar disso, os ajustes têm elevado os índices de pobreza e desacelerado o crescimento econômico.
Ainda assim, as políticas têm gerado resultados concretos: paridade recorde nos títulos argentinos, valorização na Bolsa de Buenos Aires e recuperação das reservas do banco central. "Estamos exterminando a inflação", declarou Milei em um evento público na quarta-feira, após dados oficiais indicarem que a inflação anual caiu abaixo de 200% em outubro — um alívio modesto em um país historicamente marcado por altas taxas inflacionárias.
O caminho escolhido por Milei tem dividido opiniões, mas os números mostram uma economia que começa a retomar a confiança dos investidores internacionais, marcando o início de um capítulo de esperança para a Argentina no cenário global.
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